Este blog é composto de textos extraídos do belíssimo e raro livro de 1938 chamado "Novo Manual das Mães Cristãs" do Reverendíssimo Padre Theodoro Ratisbona da Editora Vozes.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O sacramento do Matrimônio — II


O Espírito Santo é o Espírito do Conselho e do Entendimento, que aclara a inteligência dos jovens obscurecida pela sensualidade. Como Espírito do Conselho, pode mostrar-lhes se a união deles vem de Deus ou do demônio. E se for consultado seriamente como Espírito da fortaleza, dispensará também força para se refrear a indomabilidade da carne e impedir uma união baseada unicamente sobre ela. Se o divino Espírito Santo for invocado fervorosamente pelos noivos, convencê-los-á de que o conhecimento da doutrina de Deus e de seus Mandamentos constitui a maior sabedoria.
O Espírito da Piedade deve ainda compenetrar as duas pessoas da mesma fé, em que se fundem para a finalidade comum da virtude. Só assim seguirão seu rumo final e eterno.
O amor de Deus que fortifica o matrimônio
Se todos os homens devem ser devotos do divino Espírito Santo, com muito mais razão aqueles que querem contrair união matrimonial. O homem pode confiar pouco sobre o seu simples juízo natural, pois o laço matrimonial deve durar e perpetuar-se até a morte, conforme a vontade de Deus, mas nenhum vínculo meramente natural prende os corações por tanto tempo. Então a força e a graça do divino Espírito Santo devem corroborar o laço matrimonial.
Qual é o nome desse laço? Um nome curto e aparentemente simples, entretanto tão significativo como o próprio Deus: amor. É a palavra com que o Apóstolo denominou a essência de Deus: "Deus é amor".
Para os teólogos, é quase impossível dizer o que Deus é. Mas a palavra que mais se aproxima da natureza de Deus é a palavra amor. E esta palavra, que nos dá melhor o conhecimento de Deus, é o nome para o vínculo que no matrimônio funde dois corações em um só.
No entanto, é justamente na união matrimonial que essa palavra é muitas vezes desvirtuada, despojada de seu conteúdo de ouro.
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* Pe. Agostinho Kinscher, Ao Deus Desconhecido, Editora Mensageiro da Fé, Salvador, 1943, pp. 134 e ss.

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